WhatsApp e a polêmica Política de Privacidade
Em janeiro de 2021 o WhatsApp anunciou que mudaria a sua política de privacidade, o que gerou críticas por aparentemente facilitar o compartilhamento de dados entre o aplicativo e o Facebook, que é dono do WhatsApp.
Com o objetivo de garantir o direito à proteção de dados e o direito dos consumidores, o Ministério Público Federal (MPF), o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) e a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) solicitaram explicações e informações mais detalhadas sobre a mudança.
O WhatsApp assumiu o compromisso de colaborar com os órgãos públicos e informou que não encerrará nenhuma conta e que nenhum usuário no Brasil perderá acesso aos recursos do aplicativo nos 90 dias posteriores ao dia 15 de maio, data em que entrou em vigor a nova política de privacidade e os novos termos de serviço.
Nos próximos 90 dias, MPF, Cade, ANPD e Senacon farão novas análises e questionamentos, visto que as instituições ainda demonstram preocupação com os potenciais efeitos sobre a concorrência e sob a ótica da proteção e defesa do consumidor.
Assim que teve ciência da nova política, a ANPD instaurou processo administrativo e iniciou a avaliação técnica, para que sejam garantidos os direitos dos titulares de dados, usuários do aplicativo, nos termos da Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD.
O processo administrativo está em curso. Caso seja constatada infração à LGPD, o WhatsApp poderá sofrer sanção por parte da ANPD, tendo em vista que os dispositivos legais que preveem as sanções administrativas que podem ser aplicadas pela ANPD, entram em vigor em 1º de agosto de 2021, daqui a menos de três meses.
Se espera que a Autoridade tenha uma condução estratégica no presente caso, e nos muitos que se apresentarão, para evitar insegurança jurídica e a judicialização massiva, devendo não só regular o setor, mas promover a educação e cultura da privacidade no Brasil.
Gabriella Gaida | Sócia de Di Ciero Advogados
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